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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O desabafo de uma evangélica sufocada

Como é um desabafo, não tem introdução.
Não acredito que termos mais deputados, senadores (ou até presidente) cristãos se traduza, automaticamente, em um Brasil mais justo ou, digamos, menos iníquo. Acredito que isso acontecerá quando cada cristão viver o que Cristo prega no seu dia a dia. Como também não acredito que a transformação que ansiamos ver na sociedade brasileira venha através da política institucionalizada.
Pela minha visão de política, não é a existência ou não de leis que mudam a realidade vivida pelos indivíduos. É só pensar em quantas coisas são proibidas por lei e fazem parte da prática dos brasileiros - desde o aborto até ao trocadinho para o guarda. 
Pela minha visão de evangelho, a simples mensagem da cruz, de um perdão que não merecemos, vivida e compartilhada, tem o poder de transformação que nenhuma política institucional tem. Quando cada cristão, amar seu próximo (desde seu irmão da igreja até ao travesti), o mundo poderá ver Cristo em nós. E acredito que essa transformação será mais verdadeira, mais consistente. Alguém alguma vez já disse não estar em busca de uma transformação que venha de cima, mas uma transformação de corações. É nisso que acredito.
Não sou contra cristãos na política, nem contra evangélico ser presidente. Voto #Marina40 não porque é evangélica, mas porque é coerente, sensata e compartilho dos seus posicionamentos políticos. Porque quando ela estiver lá, ela será presidenta, não pastora. E será presidenta de evangélicos, budistas, ateus, umbandistas e hare krishnas rs!
Tenho certeza que muitos dos que lerão esse desabafo não curtirão, nem comentarão porque nosso pensamento tem funcionado assim: Falou contra aborto e casamento homossexual tem meu like, meu voto, minha consciência! Não falou, deixou dúvida: pode ser meu inimigo.
Essa situação chegou a tal ponto que quando alguém diz: "sou a favor da família tradicional e levem esses homossexuais pra bem longe de mim!" o povo aplaude! É como se "sou a favor da família tradicional" fosse a senha secreta para se aceitar qualquer coisa que venha depois!
Gente, vamos PENSAR um pouco. É isso mesmo que queremos? "Família tradicional" a qualquer custo? Até mesmo ao custo do segundo mandamento mais importante que Cristo nos deixou? O que é mais importante? Não acho que tenho a verdade final, nem que MEU posicionamento pessoal deva ser o de todos os cristãos, mas acho que a gente precisa parar e pensar: estamos em busca de quê? Eu não sei. Estou confusa...
Acho que devemos lutar por leis que achamos justas, sim. Contra o aborto? que o seja. Contra o casamento homossexual? ok! Estamos numa democracia e as coisas funcionam assim mesmo, na disputa de interesses diversos. O problema é que às vezes tenho a sensação de que isso se transformou numa outra coisa, numa espécie de Guerra Santa, numa disputa cega e burra: cristãos de um lado e homossexuais (e Luciana Genro hehe) do outro. Aí eu penso: Tá bom. E se vencermos? O que vamos ganhar? Eu não sei... Leis que impeçam o aborto, que mulheres continuarão fazendo? Leis que proíbam a união de homossexuais que continuarão se unindo? Eu não sei se vale a pena, sinceramente. Porque não é essa a transformação que busco... Mas também não acho que devemos nos calar e aceitar qualquer lei! Não, não é isso. Só temo que no meio disso tudo estejamos perdendo o amor...
Eu não tenho a fórmula pra isso, vou procurando votar em partidos/ pessoas que tem convicções semelhantes às minhas. Não voto em quem é a favor do aborto, porque não sou. Mas também não voto em quem prefere ver homossexual morto do que casado, porque não prefiro.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sonho com uma Igreja viva! - John Sttot


Traduz tanto o que grita em meu espírito, que simplesmente copiei e colei.

Sonho com uma igreja que seja uma igreja bíblica – que seja leal em cada detalhe à revelação de Deus na Escritura, cujos pastores expõem a Escritura com integridade e relevância, e assim procuram apresentar cada membro maduro em Cristo, cujo povo ama a palavra de Deus, e a adornam com uma vida obediente e semelhante a Cristo, que seja preservada de todas as ênfases não bíblicas, cuja vida inteira manifeste a saúde e beleza do equilíbrio bíblico.
Sonho com uma igreja bíblica.

Sonho com uma igreja que seja uma igreja adoradora – cujo povo se reúna para se encontrar com Deus e adorá-lo, que sabe que Deus sempre está no meio deles e que se curva  diante dele em grande humildade, que frequente regularmente a mesa do Senhor Jesus, para celebrar seu poderoso ato de redenção na cruz, que enriqueça o culto com suas habilidades musicais, que creia na oração e se apegue a Deus em oração, cuja adoração seja expressa não só nos cultos de domingo e nas reuniões de oração, mas também em suas casas, no trabalho durante a semana e nas coisas comuns da vida.
Sonho com uma igreja adoradora.

Sonho com uma igreja que seja uma igreja acolhedora – cuja congregação seja formada de muitas raças, nações, idades e origens sociais, e manifeste a unidade e diversidade da família de Deus, cuja comunhão seja calorosa e receptiva, jamais manchada por ira, egoísmo, ciúmes ou orgulho, cujos membros amem com fervor uns aos outros com coração puro, suportando uns aos outros, perdoando uns aos outros e levando as cargas uns dos outros, que ofereça amizade aos solitários, apoio aos fracos e aceitação aos que são desprezados e rejeitados pela sociedade, cujo amor derrame sobre o mundo exterior o amor atraente, contagioso e irresistível do próprio Deus.
Sonho com uma igreja acolhedora.

Sonho com uma igreja que seja uma igreja que sirva – que veja Cristo como o Servo e ouça seu chamado para ser também serva, que seja liberta do interesse próprio, virada do avesso e se dê
de modo altruísta ao serviço dos outros, cujos membros obedeçam ao mandamento de Cristo de viver
no mundo, permear a sociedade secular, ser o sal da terra e a luz do mundo, cujo povo compartilhe as boas-novas de Jesus simplesmente, naturalmente e entusiasticamente com seus amigos, que sirva com diligência à própria paróquia, bem como aos residentes e trabalhadores, famílias e solteiros, nacionais e imigrantes, idosos e criancinhas, que esteja alerta às necessidades em mudança da sociedade, sensível e flexível o bastante para continuar adaptando seu programa para ser mais útil no serviço,
que possua uma visão global e esteja constantemente desafiando seus jovens a entregar a vida ao serviço e constantemente enviando seu povo para servir.
Sonho com uma igreja que sirva.

Sonho com uma igreja que seja uma igreja que espera – cujos membros nunca consigam sossegar na afluência material ou conforto, porque lembram que são estrangeiros e peregrinos sobre a terra,
que seja ainda mais fiel e ativa porque está esperando e ansiando a volta do seu Senhor, que mantenha acesa a chama da esperança cristã num mundo escuro e desesperador, que no dia de Cristo não vai se esconder dele envergonhada, mas levantar-se exultante para recebê-lo.
Sonho com uma igreja que espera.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-sonho-de-stott

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Confie na criatividade de Deus - Nm 11.21,22


O povo estava no deserto, enfastiado de maná. Eles queriam comer carne e começaram a reclamar com Moisés. Moisés, por sua vez, vai reclamar com Deus, pedindo que Ele traga uma solução. Deus dá a solução: amanhã eles comerão carne. Moisés, então, duvida: como, no meio do deserto, de um dia para o outro, seiscentos mil homens serão alimentados com carne?

Moisés pensa pelo caminho natural, pelo que ele já conhece. Para ele há uma equação simples: "para matar a fome de seiscentos mil homens preciso de muitas vacas e ovelhas". Até parece que ele não conhece ao seu Deus! Deus tem um caminho novo, algo absolutamente criativo para fazer e matar a fome daquele povo. Algo que Moisés nunca tinha visto e, por isso mesmo, não poderia imaginar como solução.

As soluções que precisamos estão no coração de Deus. Às vezes nossa mente não consegue conceber uma saída. Deus disse que vai solucionar, mas nós não conseguimos ver como. Não precisamos ver. Ele tem todo o poder (vs. 23); Ele pode fazer algo absolutamente novo, absolutamente criativo. Simplesmente confiemos no que diz Isaías 55.8,9: "Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e eu não ajo como vocês. Assim como o céu está muito acima da terra, assim os meus pensamentos e as minhas ações estão muito acima dos seus". Confiemos na criatividade de Deus!

sábado, 7 de junho de 2014

Coragem!


Lucas 19.11-27 - A parábola das 10 minas

Quero hoje usar essa parábola para falar de coragem.

Podemos entender essas minas da parábola como responsabilidades que o Senhor nos confia enquanto Ele não volta para assumir seu Reino. Ele as distribuiu de acordo com a capacidade de cada um. Devemos, com elas, fazer prosperar o Reino. Mas, às vezes, os inimigos do Rei nos acovarda.

Imagine esses empregados. Eles representavam o rei numa cidade onde os cidadãos não queriam ser governados por aquele rei. E o rei não estava ali, ao lado deles. Eles teriam que enfrentar a oposição sozinhos. Só eles.

Dois deles foram corajosos e, mesmo nessa situação adversa, conseguiram prosperar aquilo que o patrão tinha deixado como responsabilidade. Um deles, porém, se acovardou, enterrando o que o patrão tinha lhe dado. Na hora de prestar contas, os que prosperaram receberam mais. E o que teve medo perdeu aquilo que tinha.

Deus nos deixou responsabilidades mas muitas vezes nos acovardamos diante da oposição. A oposição do mundo espiritual, oposição de pessoas que caminham ao nosso lado. Todo reinado, para ser estabelecido, precisará enfrentar seus opositores. Davi precisou, Salomão precisou, Jesus precisou, e hoje nós, como embaixadores do Reino, precisamos.

Interessante que a parábola mostra que quando nos acovardamos, tentando proteger o que temos, perdemos. No reino de Deus não existe garantia de território sem avanço. Se está parado, está perdendo. A Palavra diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja (Mt 16.18). A Igreja deve avançar! As portas do inferno vão tentar resistir, mas nós vamos invadir e elas não resistirão! Se estivermos parados as portas não terão que resistir a nada.

O empregado que não prosperou teve uma ideia que muitas vezes passa por nós. Ele quis proteger o que já tinha conquistado. A atitude dele era, sem dúvida, a mais segura. Ele deve ter pensado: "não vou ganhar, mas também não vou perder". Pensamento covarde, mesquinho! Deus não nos chama para coisas confortáveis. O reino de Deus é tomado por esforço (Mt 11.12)!

Paralisamos com medo de errar. Melhor garantir o que já está certo. Não é isso que Deus quer de nós. Ele nos quer avançando. Ousando. Criando coisas novas, nunca vistas. Ele é um pai amoroso que sabe o melhor que seus filhos tem e é isso que ele quer que usemos: nosso melhor. Nada menos que isso. Portanto, arrisque-se a perder tudo para ganhar muito mais, obedecendo o que seu Senhor o manda fazer.
 
 

sábado, 8 de março de 2014

Nesse dia das mulheres, agradeço a um homem


Não escolhi nascer mulher e, na verdade, durante mais da metade da minha vida não aceitava essa fatalidade muito bem. Eu queria ter nascido homem. Eu não me identificava com "ser feminina". Para mim, isso era sinônimo de fraqueza! As meninas, ao meu ver, estavam sempre preocupadas com coisas fúteis. Unhas, cabelos e roupas não me seduziam. Eu queria fazer revolução! Che Guevara era meu ídolo. Eu queria mudar o mundo, queria acabar com a guerra da Chechênia, queria entender a atrocidade do Holocausto e o que me ofereciam era qual sapato combinaria com qual bolsa!

Minha adolescência foi bem difícil por isso. Achava que tinha nascido no corpo errado. Me via um macho num corpo de fêmea. Me masculinizei nas roupas, no comportamento, querendo com isso dizer: "ei, eu não sou fraca! Não sou como 'elas'." Eu queria dizer: "Eu sou mais do que isso, sou mais do que uma simples mulher!". Eu queria respeito por ser quem eu era. Queria respeito porque eu tinha outras preocupações, porque não ficava imaginando quantos filhos iria ter.

Me indignava ver que as mulheres à minha volta resumiam o sentido de suas vidas a um homem. Elas viviam em função deles. O cabelo, a unha, as roupas eram para eles. E eles, as usavam, riam delas, debochavam e sempre as tratavam como fracas, choronas, mulherzinhas. Eu não queria isso, queria ser tratada como igual.

Por fora eu era toda revolta. Forte, decidida, feminista convicta, berrando pra quem quisesse - e quem não quisesse - ouvir que mulher não precisa de homem, que somos iguais, temos direitos iguais. Mas por dentro, o que eu mais queria, lá no fundo, onde ninguém podia ver, o que eu mais queria era ser amada do jeito que eu era. E ainda quero. Quero ser amada com as minhas incoerências, com as coisas que combinam e as que não, com meus erros e acertos. Queria ser aceita.

Mas alguém viu. E eu fui. Fui amada, desejada, planejada. Fui aceita. Fui recebida sem nenhuma exigência. Acolhida. Respeitada, enfim. E esse amor que não exigiu nada em troca acabou recebendo tudo. Esse amor que nunca exigiu que eu usasse saia, me tornou capaz de usá-la. Esse amor que nunca exigiu que eu andasse com outras mulheres, me fez amá-las. Esse amor que nunca exigiu de mim ser dona-de-casa, me fez querer aprender a ser. Esse amor que não me pediu nada em troca, me fez querer entregar tudo, e ainda é pouco.

E hoje eu vivo para ele. Não apenas minhas roupas e cabelos, mas o sentido da minha existência se resume a ele. Ele me comprou e eu gostei. Fui presa no seu amor e encontrei liberdade. Hoje sou livre. Posso ser mulher. Não a mulher que o mundo diz que devo ser, mas a mulher que ele quer que eu seja e me formou pra ser. Tenho prazer nisso. Não é uma obrigação ou um peso, é meu propósito. Não nasci no corpo errado. Meu corpo é perfeito para o que ele deseja de mim. Minhas preocupações não estão erradas, esse mundo é que está distorcido e não sabe o que é ser mulher de verdade.

Nesse dia das mulheres quero agradecer a um homem. Jesus, meu amigo, meu amado.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Coragem para ir além - Êxodo 19, 20


No capítulo 19 de Êxodo, Deus declara que se apresentará ao povo. Por isso, manda eles se santificarem para o grande dia. Porém, quando esse esperado dia chega, o povo fica com medo, decide permanecer longe e elege um intermediário para seu relacionamento com Deus.

Assim como os israelitas agiram no passado, agimos no presente. Deus nos fala que quer se revelar a nós com intensidade, que deseja se relacionar conosco. Sabemos que para isso precisamos nos santificar, nos despir do pecado e, diante da promessa da presença de Deus, topamos o desafio. No entanto, quando Deus começa a falar, quando Ele começa a se revelar verdadeiramente, tememos, e fugimos.

A manifestação da Presença no Sinai não foi nada suave. Foi amedrontadora. Os israelitas não temeram a toa. Eles tinham motivo: uma montanha como o Sinai, coberta por uma nuvem negra, parecendo estar em chamas, e de onde ainda saiam sons de buzina, que iam ficando cada vez mais altos, não era com certeza um cenário confortador. O fato é: eles tinham muitos motivos para estarem morrendo de medo.

Conosco acontece de forma semelhante. Diante da promessa de maior intimidade com Deus, nos dispomos a nos santificar para o encontro. Porém , nem sempre esse encontro tem a aparência que imaginamos. Às vezes ele é amedrontador. Às vezes esse encontro acontece através de uma renúncia necessária, às vezes através de uma grande luta, às vezes através de um grande desafio. E tememos. E fugimos. E, assim como o povo de Israel, pensamos que Deus quer nos matar, porém Ele só que nos por à prova (Ex 20.20). Diante do medo de adentrar nos mistérios de Deus e confiar inteiramente nele, acabamos elegendo intermediários no nosso relacionamento com Ele.

Meu desejo é ser corajosa como Moisés. Lembramos que Deus falava com ele face a face, mas também precisamos lembrar que ele foi o único que teve coragem de adentrar no desconhecido e assustador de Deus. Tenhamos coragem para ir além!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Relacionamentos e Renúncias: conselhos práticos - Evangelhos

# Renuncie a qualquer forma de retaliação. Deixe qualquer vingança para Deus (Mt 5.38-42).

# Ame por opção e não por circunstâncias. Deixe os maus tratos dos outros relembrá-lo a superar o mal deles através do amor (Mt 543-48).

# Perdoe diariamente aqueles que pecaram contra você (Mt 18.21-35).

# Humilhe-se. Seja cauteloso com o grave perigo do orgulho e da arrogância. Evite empenhar-se por reconhecimento público e promover a si próprio ou o seu ministério (Lc 14.7-11).

# Reconheça e confesse perante Deus qualquer pecado em sua vida. Não procure justificar-se a si mesmo comparando-se com outros pecadores (Lc 18.9-14).

#Saiba que Jesus iguala a raiva ao homicídio. Tome muito cuidado com o que você fala com os outros, para que palavras odiosas não o levem ao julgamento de Deus (Mt 5.21,22).

# Pratique a reconciliação instantânea. Compreenda que o conflito causa um dano bem maior aos relacionamento quando não resolvidos (Mt 5.24,25).

# Compreenda que Deus perdoa nossos pecados conforme perdoamos os outros que pecaram contra nós. Adore o saber perdoar os outros na sua vida de oração como disciplina diária (Mt 6.14).

# Corrija seus erros e solucione seus próprios problemas antes de tentar corrigir erros e problemas dos outros (Mt 7.1-5).

# Deixe qualquer atitude de julgamento em você sinalizar a necessidade de examinar a si mesmo em relação a coisas que o incomodam sobre os outros (Lc 6.41,42).

#Reconheça e antecipe que o discipulado e compromisso pessoal com Jesus podem até resultar em divisão e rejeição (Mt 10.34-36).

# Compreenda e aceite que o discipulado significa abandonar toda ambição pessoal egoísta (Mt 16.24-26).

# Saiba com certeza que todo o verdadeiro discípulo precisa aceitar a sua cruz (lc 9-23-25).

Retirado da Bíblia de Estudo Plenitude

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Não existe ministério solo no Reino de Deus! - Rm 16


Em sua carta aos romanos, Paulo, no capítulo 16 faz agradecimentos a diversos irmãos. Todas essas pessoas listadas me faz pensar em quantas pessoas participaram do ministério de Paulo, ocultamente, sem sabermos. Alguns arriscaram a vida por ele, outros foram "apenas" irmãos. No entanto, de uma forma ou de outra, contribuíram para que Paulo fosse o apóstolo que foi.
 
Essa passagem me fez pensar, por tabela, em quantas pessoas participaram da minha trajetória cristão, ministerial. Algumas oraram por mim antes de eu nascer, outras me "obrigavam" a ir à Escola Bíblica Dominical, outras me deram conselhos valiosos, e outras "apenas" serviram de exemplo, de inspiração.
Tudo isso, a trajetória de Paulo, a minha, e de tantos outros me faz pensar que não existe ministério solo no Reino de Deus. O Pai nos chamou para constituirmos uma família, um corpo para Seu Filho ressurreto. Somos muitos, ainda quando só nós aparecemos. Paulo se tornou um pregador conhecido, mas não se esqueceu dos "desconhecidos" que fizeram parte do seu ministério.
 
Aconselho a você ter a mesma gratidão e dar honra a quem merece honra nessa sua trajetória (Rm 13.7).
 
Para isso, é bom ter em mente duas coisas:

  1. O QUE A IGREJA NÃO É:*
  • Um clube, onde cada um paga mensalidade e vive isoladamente
  • Uma prestadora de serviços, onde procuro para atender minhas necessidades
  • Uma casa de shows, onde você é o astro
*A igreja é uma família.

  1. O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE O RELACIONAMENTO ENTRE IRMÃOS:*
  • Jesus: amai-vos como eu vos amei (Jo 15.12)
  • Sofrer o dano (I Co 6.7)
  • Buscar o bem do outro (Rm 15.2)

É preciso coragem e fé para viver um relacionamento desse nível, preferindo o próximo a mim mesma. Então só posso concluir uma coisa, é preciso coragem para seguir os ensinamentos de Cristo de verdade. Acho que por isso mesmo Paulo já deixou um alerta: "Que Deus, que é quem dá paciência e coragem, ajude vocês a viverem bem uns com os outros, seguindo o exemplo de Cristo Jesus! E isso para que vocês, todos juntos, como se fossem uma só pessoa, louvem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo". (Rm 15.5,6).
 
Irmãos e irmãs, revistamo-nos de coragem e nos amemos!
 


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Reino de Deus: Unir debaixo da autoridade de Cristo - Ef 1.10

"Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra" Efésios 1.8-10
 
O que significa unir debaixo da autoridade de Cristo senão sujeitar a Cristo? Jesus Cristo como senhor absoluto. Mas, o que significaria, na prática, Jesus ser senhor?
 
Peguemos nossa vida cotidiana como exemplo. Nós estamos sujeitos a diferentes autoridades. Como cidadãos de uma sociedade democrática, estamos sujeitos à autoridade do povo, ou melhor, a maioria manda. Se a maioria acha que dirigir bêbado não pode, todos, inclusive os que não concordam com isso, passam a não poder dirigir bêbados. Se a maioria acha que aborto é uma atitude criminosa, todos (ou, nesse caso, todas) passam a não poder realizar abortos, inclusive as que não pensam assim.
 
Vejo, assim, no estabelecimento de uma autoridade, duas consequências: 1) elimina vontade individuais e se impõe; 2) molda a sociedade segundo a sua vontade, pois, se você pensar bem, a nossa sociedade é reflexo das decisões da maioria.
 
Agora, imagine esse cenário sendo Jesus a autoridade máxima ao invés do povo! Ah, eu ia querer hehe ;) Meu coração se enche de alegria só de imaginar! Pensando sobre o segundo ponto, a sociedade seria moldada segundo a sua vontade! Imagina! Você conhece Jesus? Não estou falando da religião, da igreja, estou falando de Jesus... Aquele que se apiedou de uma multidão faminta e a alimentou. Aquele que quando "a maioria" lhe apresentou uma prostituta para ser apedrejada ele a perdoou e fez com que a mesma "maioria" saísse envergonhada. Aquele que se relacionava de forma igual com pobres ou ricos. Imagina uma sociedade governada por uma pessoa assim, por uma pessoa que não está em busca de interesses próprios e que, na verdade, está disposto a morrer pelos seus governados! Que não está em busca de fazer sua própria vontade, mas a vontade daquele que o enviou, Deus, que se autodenomina amor! Imagina uma sociedade onde o governo é regido pelo amor! Parece até filme de romance, utopia, mas não. É real e vai acontecer, independente do que nós achemos.
 
Mas a maior dificuldade ao senhorio de Cristo não tem sido o ponto 2, pois todo mundo - ou pelo menos a maioria ;) - quer uma sociedade assim. A dificuldade tem sido o ponto 1: no estabelecimento de uma autoridade não existe espaço para vontades individuais que sejam contrárias à vontade maior. Assim como não há espaço (correto, legal) em nossa sociedade para aqueles que acham que não tem nada a ver fazer sexo com crianças, também não há espaço para aqueles que não concordam com o padrão de Cristo. E o padrão de Cristo impõe que a vontade dele seja absoluta. Aí não importa se você acha que não tem nada a ver fazer sexo antes do casamento, impõe-se a vontade dele. E aí, na minha opinião, reside a maior dificuldade para o senhorio de Cristo, para o cumprimento do plano de Deus, você abrir mão da sua vontade.
 
Você, que é meu irmão em Cristo, tem papel fundamental no estabelecimento do plano de Deus. Porque Deus nos constituiu como agentes do Reino. E, pensa bem, não é incoerente querermos que Jesus reine sobre todas as coisas sem, antes, permitirmos que ele reine sobre nós? Sobre nossas vontades, nossas opiniões, nossos corpos... Se você deseja que o plano de Deus se cumpra, ou melhor, se você deseja estar nesse reino de amor (porque o plano se cumprirá independente da sua vontade!), é melhor deixar Deus reinar sobre sua vida, sobre suas vontades, sobre suas opiniões... Sabe aqueles "mas com isso não concordo"? Estão na hora de se sujeitarem, de se unirem sob a autoridade de Cristo. Porque se não nos sujeitarmos, o Reino será estabelecido da mesma forma, mas não haverá lugar (correto, legal) para nós nesse Reino. Eu estou disposta a pagar o preço porque sei que este reino será de paz, justiça e alegria. E você? Também está?

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Queria cantar uma canção...


Estava ali tentando cantar uma canção ao Senhor, mas nenhuma consegue expressar o que estou sentindo. Queria cantar uma canção que levasse meu coração para estar junto dele. Uma canção que, quando eu soltasse minha voz, em vez de palavras, subissem sentimentos. Sentimentos de amor, mas não exatamente isso.

É um sentimento novo, nunca sentido e que não dá pra sentir por nada além do Senhor. É um sentimento que faz chorar, mas é feliz. É uma saudade, mas também é presença. É uma vontade de me dar mais, de entregar mais, mas parece que não tenho mais o que dar, já dei tudo.

É um querer estar mais perto, é um querer ser embalada no colo, é um querer ser mais dele. É uma sensação de estar diante de alguém que é tão grande, tão grandioso, mas me quer, se importa.

É um querer fazer mais pra Ele, mas meu alcance não alcança. É como andar e nunca chegar ao fim.

É amor, entrega, lágrimas, risos, saudades. É estar diante de algo que é indescritível, não inteligível. Mas, ainda assim, é real, é presente, é vivo.

Queria cantar uma canção que pudesse expressar o quanto sou dele.

Sucesso x Presença de Deus - Mais ainda de Êxodo 33


Esse texto me faz pensar sobre sucesso. Me faz pensar sobre muitas coisas mas, no momento, a mais forte é sucesso.
Muitas vezes pedimos a Deus a oportunidade para realizar algo, pedimos a Deus para termos sucesso na vida. Esse sucesso pode ser diferentes coisas para diferentes pessoas: comprar um carro, passar na faculdade, encontrar o amor da sua vida, ter $$$, ser feliz... Independente do que sucesso significa para você, aposto que você o quer. Ninguém gosta da palavra fracasso.
Nesse verso de Êxodo, Deus promete sucesso ao povo, no entanto, com um porém: "Vocês irão para uma terra e rica. PORÉM eu não irei". Eita! Ele não irá. Sucesso para os israelitas naquele momento em que haviam saído da escravidão e vagavam pelo deserto era a famosa Terra Prometida. E Deus disse: "Ok, vai lá. Vou dar essa terra pra vocês. Terra boa e rica. Porém, eu não vou".
Imagina que Deus chega pra você e diz: "Ok, você quer casar? Tudo bem, vai lá. Porém eu não vou" ou "Você quer comprar esse carro? Ok, tudo bem. Porém eu não estarei com você". E agora? O que você faz?
Você pode até responder de imediato: "Prefiro o Senhor!!!!!". Mas, na hora H, não é uma resposta tão rápida e fácil. Isso porque, muitas vezes, buscamos a Deus para ter sucesso.
Existem coisas na nossa vida que queremos alcançar. Essas chamamos de OBJETIVOS. Porém, em geral, precisamos de outras coisas para alcançar esses objetivos. Essas nós chamamos MEIOS.
 
Se você pensar em Deus e no seu sucesso? Qual o meio? Qual o objetivo? Porque se você busca a Deus para ter um bom emprego (seu sucesso), Deus é o meio e o emprego é o objetivo. E, a partir do momento que você conquista seu objetivo, o meio passa a ser desnecessário.
E aí, volto a perguntar? Deus tem sido um meio para o seu sucesso? Quer descobrir? Imagine dois cenários. No primeiro, você conquistou seu sonho, seu sucesso, mas não tem a presença de Deus. No segundo, você não conquistou nada, deu tudo errado, mas você tem a presença de Deus com você. Qual cenário você prefere? Essa é uma pista do que é mais importante pra você.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O que você faz quando tem uma dor que não passa?*

O que você faz quando tem uma dor que não passa?
Você tenta não se lembrar dela, mas ela está sempre escondida dentro de você. Você tenta seguir como se nada tivesse acontecido. Você segue ocultando-a no mais seu mais profundo - mas não consegues. O que você faz quando tem uma dor que não passa?
A dor entrou em você através de seus olhos. Sim .. seus olhos foram as janelas. Se você pudesse, tinha-os fechados. Num instante você os teria fechado e impedido ela de entrar. Mas você não teve, não teve tempo. E a dor entrou... E agora? Como você vive com isso dentro de você? O que você faz quando tem uma dor que não passa?
Você quer ser como qualquer outro garoto de sua idade. Mas você tem uma dor dentro de você. E é uma dor tão decidida que não pensa em sair. Até parece que encontrou casa. Porém, você mesmo não encontra. Pois você tem uma dor. Se apenas tivesse uma casa! Um lugar onde você pudesse se esconder , onde encontrasse descanso... Mas não, pois tens uma dor que não passa. O que você faz?
O que você faz quando você não tem a força - ou seria estômago, ou lucidez , ou frieza - para olhá-la nos olhos e dizer: "Vá embora!" Mas, para isso, você teria que não ter dúvidas de que iria vencê-la. E você está cheio de dúvidas... Às vezes você tenta enfrentar - encará-la e vencê-la! Mas como? Você está só. Tão só... Será que é possível estar mais só que isto...? Você não tem nem a si mesmo, já que você é território dela. A dor é sua dona, você pertence a ela por inteiro e a obedece. Ela te governa.
Quando você pensa que está indo tudo bem, que tudo vai ser diferente, que agora, agora sim tudo vai mudar, ela, a dor, surge como o grande mestre de seus desejos, das suas vontades, dos seus sonhos e os engole por completo. Como se vive assim? O que você faz quando tem uma dor que não passa?
O que você tem é nada e ninguém. Não tem nem os seus olhos, porque quando você olha para o mundo, a dor os toma, e os dirige. O que você faz quando tem uma dor que não passa?

*Inspirado na história do Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre da Candelária em 1993. Foi assassinado por policiais em 12 de junho de 2000, após ser capturado pelo sequestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro.

A insegurança de Gideão - Jz 6,7

Deus tinha dito a Gideão que livraria Israel por seu intermédio. Assim, no vs. 34 do capítulo 6, Gideão é revestido pelo Espírito do Senhor. Deus o enche de poder e autoridade para cumprir a missão para a qual fora chamado. Cheio de autoridade, Gideão toca a trombeta e todos os abiezritas se reuniram a ele. 
O toque da trombeta é uma convocação à guerra. E, quando Gideão a tocou, reuniram-se a ele aqueles que, espontaneamente, se dispuseram a batalhar; aqueles que, provavelmente, já tinham em seu coração o inconformismo necessário para lutar. Porque para guerrear é necessário estar inconformado. Creio que para se lutar com vontade e determinação é preciso que o ideal que move o general mova todos os soldados. E, naquele momento, este sentimento de inconformismo estava presente em todos os abiezritas e, por isso, se reuniram a ele. 
Gideão, no entanto, não achou suficiente para a batalha aqueles que se dispuseram para ela. Provavelmente ele pensou que eram poucos para lutar contra os midianitas. Então, enviou mensageiros que percorressem toda a tribo de Manassés, além de Aser, Zebulom e Naftali, que eram vizinhas.
Para compreender o que Gideão fez é preciso ter em mente a divisão territorial das tribos. Gideão pertencia à tribo de Manasses, que possuía um território muito grande, dividido entre os dois lados do Jordão – Manassés do Leste e Manassés do Oeste. Os abiezritas eram apenas uma das famílias que pertenciam a esta tribo. A tribo de Naftali fazia fronteira com Manassés do Leste; Zebulom e Aser, com Manassés do Oeste. Ou seja, as tribos às quais Gideão enviou mensageiros eram vizinhas. 
Deus dissera que livraria a Israel por seu intermédio, mas Gideão se achava muito pouco. Então, convoca seus vizinhos. Muitas vezes Deus nos envia a realizar algo, algo que ele quer de nós. Mas, por medo, insegurança, convocamos outras pessoas a fazer conosco aquilo que Deus quer de nós.  
Gideão, se sentindo inseguro, pensou que quanto mais pessoas estivessem ao seu lado, mais fácil seria vencer. Ele não estava confiando na Palavra do Senhor, mas na força dos seus exércitos. Mas Deus não divide sua glória. Então, no vs. 2 do cap. 7, Ele diz: “É demais o povo que está contigo”. No vs. 3 desse mesmo capítulo, Deus manda que voltem os tímidos e medrosos. 
Deus havia dado uma ordem a Gideão. Quando ele tocou a trombeta, e os abiezritas se reuniram a ele, ele estava representando a voz de Deus convocando o povo à batalha. Os abiezritas, portanto, se reuniram em atendimento à voz do Senhor. Estavam ouvindo o shofar tocar e, por isso, se reuniram.  
Os outros, por outro lado, atenderam a voz de Gideão. Entre estes, haviam medrosos e tímidos. Muitos destes haviam ouvido a trombeta tocar, mas não atenderam. Talvez justamente por ser tímido e medroso. Ou não entenderam que a responsabilidade era deles também. Esperaram que alguém responderia ao chamado de Deus e libertaria o povo. Ele não precisava se envolver com isso. Outro, talvez, ouviu o toque, mas estava muito ocupado se escondendo dos midianitas. Enfim, só se reuniram ao toque do shofar aqueles que estavam prontos para a batalha. Os que vieram depois estavam atendendo o chamado de um homem. Não tinham o coração inconformado. Atendeu por conveniências sociais. Afinal, pegaria mal não ir, né, todos estavam indo... 
Gideão quis “ajudar” a Deus, convocando mais pessoas além daquelas que tinham atendido o chamado de Deus. Mas Deus não precisa de ajuda. Ele sabe com quem pode contar e não precisa de multidões para vencer. Precisa de soldados que estejam dispostos a atender ao Seu chamado. 

Deus tem convocado esta geração para preparar a Sua vinda. O shofar tem soado a rebate convocando aqueles de coração inconformado com este mundo, aqueles que anseiam a vinda do Senhor, dispostos a trocar seus sonhos e seus planos pelos sonhos e planos de Deus. Você é uma dessas pessoas com os ouvidos prontos a ouvir o chamado de Deus ou está esperando um chamado vindo de homens para começar a pregar o evangelho? 
Muitas daquelas pessoas que se reuniram atendendo ao chamado de Gideão haviam, antes, ouvido o toque do shofar, mas não atenderam. Elas tiveram a chance de fazer parte daquele livramento, mas não atenderam. Quando decidiram ir, Deus rejeitou a motivação do coração delas. Não tinham ido quando Ele convocou, por que iriam participar agora? O chamamento de Gideão era mais importante que o Dele? 
Muitos de nós têm ouvido o toque do shofar. Temos sentido, dentro de nós, a necessidade de pregar o evangelho, de ganhar almas, de exortar o povo a voltar aos caminhos do Senhor. Mas, como aqueles, esperamos que alguém nos mande fazer. Esperamos que chegue um líder a nós e nos diga: “Meu irmão, Deus está te chamando para pregar”. Ora bolas, Deus já não tem falado isso ao teu coração? Então por que esperar que um homem fale? É necessário um título de missionário para cumprir o papel de um? É necessário um título de pastor para o ser? É preciso que lhe digam que você é um evangelista para que você evangelize? Se sim, tenho que lhe dizer que, como a maior parte do exército que Gideão reuniu, você será rejeitado. 
E você líder? Está disposto a ir à batalha com o exército que Deus tem lhe dado, ou vai ficar, como Gideão, reunindo pessoas com suas próprias mãos, com o esforço dos seus próprios braços? Quantos líderes distribuem autoridade que não foi dada por Deus. Ungem pessoas a quem Deus tem rejeitado, por medo e timidez de ir à batalha com as poucas pessoas fiéis que têm ao seu lado. Às vezes você olha para suas fileiras e, como Gideão, acha que são poucos demais. Você até tem 12. Mas desses, você sabe que Deus só te deu 5. Os outros 7 você mantém porque, afinal, você precisa ter sua equipe de 12. Então, vai à batalha com medrosos e tímidos e não entende porque não rompe. Lute com o exército que Ele lhe deu que Ele o honrará!

A Arca de Deus - I Sm 4-7

Nos dias de Eli, a arca do Senhor ficava em Silo, o lugar da adoração. Eli era, então, o sacerdote, e seus filhos, levitas com ele. No entanto, seus filhos não eram fiéis a Deus, pois roubavam nos sacrifícios e enganavam o povo. 
Aconteceu nesse tempo que Israel travou uma batalha contra os filisteus, na qual foram derrotados. Não entendendo o porquê da derrota, decidiram levar a arca da Aliança ao campo de batalha, junto a Ebenézer, onde estavam acampados. Quando a arca chegou ao arraial, houve grande festa e brados de alegria. Os filisteus, ouvindo isso, ficaram atemorizados, pois pensaram: “Os deuses deles desceram ao arraial. Ai de nós!”. No entanto, foram à batalha com coragem, para vencer. E venceram, mais uma vez. E a arca foi tomada. Icabode – foi-se a glória de Israel. 
Fico refletindo que os israelitas provavelmente ficaram sem entender, pelo menos por um momento, o que aconteceu. Ora, eles foram para a batalha levando nada menos que a arca da Aliança de Deus, o local da manifestação da glória do Deus de Israel. E, mesmo assim, não apenas perderam a batalha como a arca ainda foi tomada. Como isso pôde acontecer? Será que Deus não foi capaz de dar vitória a Israel diante dos filisteus? Deus não foi capaz nem mesmo de proteger sua arca? 
Os filhos de Israel trataram a arca da Aliança do Senhor, a glória de Deus como um amuleto. Levaram-na para a batalha, pois provavelmente pensaram que, com a arca ali, Deus não seria capaz de permitir a derrota. Acontece que nosso Deus, o Deus de Israel, é um Deus que está interessado nos corações, não em atitudes vazias de religiosidade. Deus quer um relacionamento íntimo e pessoal com seu povo, quer ser amado e adorado pelo que Ele é, não apenas pelo que pode fazer. A glória foi embora porque não foi lhe dado o valor que tem. 
Isso acontece ainda hoje. Muitas vezes convidamos Deus, por exemplo, a fazer parte do nosso casamento, mas porque está tudo indo mal. O convidamos a participar das nossas finanças quando estamos enrolados em dívidas. Convidamos não porque o amamos e queremos intimidade, mas porque precisamos de um “amuleto da sorte”, ou seja, “se Deus estiver comigo, é impossível dar errado”.  
Deus não aceita resto de atenção, de amor. Não existe amor interesseiro porque o verdadeiro amor não busca seus próprios interesses (1 Co 13.5). A glória de Deus jamais habitará em uma igreja que o busca porque ele é o Deus da prosperidade. A glória de Deus só estará em nosso meio quando o buscarmos porque Ele é o Deus da Glória, porque não existe outro Deus além dele, porque Ele é o Criador de todo universo, não existe nada que fuja ao seu conhecimento, nada que esteja encoberto. Ele criou o mar, as estrelas. Todo o mundo cabe em suas mãos. Os poderosos das nações são como pó numa balança diante da Sua majestade. Ele não é Deus para me fazer feliz, sou feliz porque Ele é Deus e me deu a honra de ser feita sua filha. Enquanto não o adorarmos, não buscarmos Sua presença pelo que Ele é, Sua glória será constantemente roubada de nós. 
A arca roubada foi levada a nações que serviam a outros deuses. Ali a arca trouxe tumores e pragas sobre seus habitantes. Eles também não valorizavam Deus pelo que Ele é. 
A arca voltou e o povo se alegrou. Samuel exortou ao arrependimento. Exortou o povo a abandonarem os outros deuses. Aí, então, os filisteus foram vencidos. 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Escolher a melhor parte - Mais de Êxodo 33

Moisés amava a Deus. Era um verdadeiro adorador. Um adorador que buscava a face de Deus, apaixonado pelo Senhor.  
Um sinal bem simples que demonstra a intimidade que temos com Deus é o tempo que passamos a sós com Ele. Ninguém consegue conhecer ninguém intimamente se só se relaciona com ela em grupo. Moisés retirava-se para ficar a sós com o Senhor. O versículo sete diz assim: “Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Todo aquele que buscava ao Senhor saía à tenda da congregação que estava fora do arraial. Moisés gastava tempo com Deus. O versículo diz que ele costumava armar a tenda, ou seja, era um costume seu. Todos sabiam disso e os que queriam seguir seu exemplo, também saíam à tenda. Moisés armava a tenda para si, para ficar a sós com Deus, só ele e Deus, longe do arraial, do povo, das intrigas e insubmissões, longe das murmurações, dos problemas da sua liderança. Moisés simplesmente deixava tudo isso para trás para ficar a sós com Deus. 
Mas alguém poderia se levantar e dizer: “Mas isso é uma falta de responsabilidade com a obra! Deixar esse povo, insubmisso, irresponsável, de dura cerviz, sozinho? Moisés era louco!”. Moisés não era louco, ele sabia escolher a melhor parte: ficar com Deus. Mais do que isso, Moisés sabia que, como o povo pertencia a Deus, era Ele quem cuidava dele. Ele sabia que os milagres vinham de Deus, e até mesmo que sua autoridade dependia de Deus. Então, por que gastar tanto tempo, se desgastar tanto dizendo o que o povo tinha que fazer, se preocupando se eles estavam cumprindo à risca os preceitos determinados, se eles estavam cuidando direitinho dos utensílios do tabernáculo, se os sacrifícios estavam ocorrendo na hora correta etc. Moisés com certeza cuidava de tudo isso, mas não se desgastava por isso. Não abria mão do seu tempo com Deus para cuidar de nada disso – ele buscava a melhor parte. Moisés não era louco, era sábio. 

Humildade - João 13

Temos conhecimento de que Jesus era o próprio Deus encarnado, que, esvaziando-se de Si mesmo, abriu mão de Sua glória, Se humilhou e tomou posição de servo entre os homens (Fp 2.6-8). Só o fato de ter deixado o Pai, toda a Sua glória, Seu conforto, Sua posição ao lado do Todo-Poderoso para tornar-se um de nós, nascido de mulher, sujeito a pecar e entristecer a Deus, já demonstraria uma humildade tamanha que a maioria de nós sequer pensou um dia ser capaz. Não temos sido capazes de nos despir de nossos títulos terrestres, de nossas posições, nem de nossas opiniões... Imagine se tivéssemos um assento ao lado do mais poderoso senhor do universo!

Mas a decisão de morrer uma morte de cruz pela humanidade, pecadora e rebelde contra Deus, não era o máximo de humildade de que nosso Senhor era capaz. Numa reunião de discipulado, ele simplesmente despe-se, cinge-se de uma toalha, ajoelha-se e põe-se a lavar os pés daqueles que deveriam servir-lhe. Sua grande lição de humildade não pára por aí, pois o versículo dois nos diz que o diabo já tinha contaminado o coração de Judas para trair a Jesus. E, no verso 11, ficamos sabendo que nosso Jesus já o sabia. 
Que tremendo! Jesus sabia que Judas, seu discípulo, que foi alimentado por suas palavras, que foi fortalecido por suas orações e jejuns, que recebeu vida nova e eterna pela sua humilhação... Já pensou nisso? Que todos nós, assim como Judas, somos abençoados com a vida abundante de Deus porque – e só porque – Jesus decidiu se humilhar? Se Jesus preferisse a glória de estar ao lado do Pai, você e eu seríamos eternamente escravos do pecado e pagaríamos seu preço – a morte eterna. A vida eterna é fruto da humilhação voluntária do nosso Senhor. 
E Jesus, sabendo que havia de ser traído por Judas, a quem tanto amou e tanta atenção devotou, lavou seus pés. Jesus lavou os pés de Judas. Os pés daquele que havia de O trair. E você? De quem você tem lavado os pés? Diante de quem você tem se humilhado? Você que é homem ou mulher, sujeito ao pecado, e alvo da graça de Deus, você pode dizer que alguém tem se beneficiado da sua humilhação? Ou você não consegue considerar ninguém superior a você mesmo? Diante de quem você tem se sujeitado? 
Às vezes até conseguimos nos sujeitar a quem é superior a nós e enchemos a boca para declarar que somos sujeitos à autoridade, não somos rebeldes. Mas esse não é o maior mandamento que Jesus nos deixou. Na verdade, não é nem o segundo maior. Sabemos que o maior mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas. E o segundo amar nosso próximo como a nós mesmos (Mc 12.30,31). Amar o próximo como a nós mesmos pode se resumir em: “não faça com teu próximo aquilo que você não gostaria que fizessem a você”. 
Continuando nosso texto de estudo, no entanto, no versículo 34 Jesus diz: “Novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros”. Quando li, pensei: esse mandamento não é novo. É o mesmo que o segundo maior mandamento, de Marcos 12.31. Mas, como já era de se esperar, Jesus não se enganou, e sim eu, o mandamento é novo porque não devemos mais amar ao próximo “como a nós mesmos” (Mc 12.31), mas sim “como ele nos amou” (Jo 13.34). De acordo com o mandamento de Jesus, já não basta não fazer aquilo que não gostaria que fizessem comigo, mas devo ir além – devo amar como Jesus me amou. 
Como Jesus nos amou? Como Ele nos ama? Ele disse que pelo amor que praticássemos uns com os outros o mundo conheceria o amor dele por nós. Já que é assim, Ele deve esperar que eu acerte para me amar. Ele só me ama quando estou certa, quando estou errada ele me rejeita. Ele com certeza se ofende com cada palavra errada que falo. Sem dúvida, Ele espera a primeira oportunidade para me pagar na mesma moeda. Ele escolhe com quem se relacionar – ama mais uns do que outros. Jesus ama mais aqueles que tem mais dinheiro e posição, com certeza. Deve ser assim, pois é assim que temos nos amado uns aos outros. 
Nosso amor, nem de longe, se compara ao de Jesus. Não nos humilhamos. Ao contrário, lutamos por posição, lutamos para defender nossa autoridade. Lutamos “para defender nosso ministério”. Lutamos uns contra os outros ao invés de nos amar uns aos outros. 
A grandiosa lição de Jesus não foi ter lavado os pés de Pedro ali, que demonstrou uma atitude de total entrega e submissão (vs. 6,8).  A grandiosa lição de Jesus para nós foi ter lavado os pés de Judas, que iria traí-lo dali a alguns instantes. E observe o que ele diz que seu ato significa: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (v. 8). Então, lavando os pés de Judas, Jesus estava reafirmando, de Sua parte, a aliança. Estava dizendo: “Estamos juntos nessa!”. Jesus não desistiu – amou-o até ao fim. 
Se você quer cumprir o segundo maior mandamento, amar o próximo como a você mesmo, lave os pés dos Pedros de sua vida. Se humilhe diante do seu próximo, se coloque como igual. Saia do seu pedestal, dos seus problemas, de você e abra-se para o outro, fazendo-se igual a ele. Agora, se você quer seguir o novo mandamento que Jesus nos deixou, amar o próximo como ele nos amou, você deve também lavar os pés dos Judas que existem por aí. Humilhe-se diante daquele irmão que se acha o tal. Ame-o. Perdoe mais uma vez aquela irmãzinha que feriu você, com palavras ou atitudes. Ame-a. Ignore as calúnias que mais uma vez levantaram contra você dentro da igreja. Ame a noiva do Senhor. Resumindo, ame o próximo como Jesus amou você!