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sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Arca de Deus - I Sm 4-7

Nos dias de Eli, a arca do Senhor ficava em Silo, o lugar da adoração. Eli era, então, o sacerdote, e seus filhos, levitas com ele. No entanto, seus filhos não eram fiéis a Deus, pois roubavam nos sacrifícios e enganavam o povo. 
Aconteceu nesse tempo que Israel travou uma batalha contra os filisteus, na qual foram derrotados. Não entendendo o porquê da derrota, decidiram levar a arca da Aliança ao campo de batalha, junto a Ebenézer, onde estavam acampados. Quando a arca chegou ao arraial, houve grande festa e brados de alegria. Os filisteus, ouvindo isso, ficaram atemorizados, pois pensaram: “Os deuses deles desceram ao arraial. Ai de nós!”. No entanto, foram à batalha com coragem, para vencer. E venceram, mais uma vez. E a arca foi tomada. Icabode – foi-se a glória de Israel. 
Fico refletindo que os israelitas provavelmente ficaram sem entender, pelo menos por um momento, o que aconteceu. Ora, eles foram para a batalha levando nada menos que a arca da Aliança de Deus, o local da manifestação da glória do Deus de Israel. E, mesmo assim, não apenas perderam a batalha como a arca ainda foi tomada. Como isso pôde acontecer? Será que Deus não foi capaz de dar vitória a Israel diante dos filisteus? Deus não foi capaz nem mesmo de proteger sua arca? 
Os filhos de Israel trataram a arca da Aliança do Senhor, a glória de Deus como um amuleto. Levaram-na para a batalha, pois provavelmente pensaram que, com a arca ali, Deus não seria capaz de permitir a derrota. Acontece que nosso Deus, o Deus de Israel, é um Deus que está interessado nos corações, não em atitudes vazias de religiosidade. Deus quer um relacionamento íntimo e pessoal com seu povo, quer ser amado e adorado pelo que Ele é, não apenas pelo que pode fazer. A glória foi embora porque não foi lhe dado o valor que tem. 
Isso acontece ainda hoje. Muitas vezes convidamos Deus, por exemplo, a fazer parte do nosso casamento, mas porque está tudo indo mal. O convidamos a participar das nossas finanças quando estamos enrolados em dívidas. Convidamos não porque o amamos e queremos intimidade, mas porque precisamos de um “amuleto da sorte”, ou seja, “se Deus estiver comigo, é impossível dar errado”.  
Deus não aceita resto de atenção, de amor. Não existe amor interesseiro porque o verdadeiro amor não busca seus próprios interesses (1 Co 13.5). A glória de Deus jamais habitará em uma igreja que o busca porque ele é o Deus da prosperidade. A glória de Deus só estará em nosso meio quando o buscarmos porque Ele é o Deus da Glória, porque não existe outro Deus além dele, porque Ele é o Criador de todo universo, não existe nada que fuja ao seu conhecimento, nada que esteja encoberto. Ele criou o mar, as estrelas. Todo o mundo cabe em suas mãos. Os poderosos das nações são como pó numa balança diante da Sua majestade. Ele não é Deus para me fazer feliz, sou feliz porque Ele é Deus e me deu a honra de ser feita sua filha. Enquanto não o adorarmos, não buscarmos Sua presença pelo que Ele é, Sua glória será constantemente roubada de nós. 
A arca roubada foi levada a nações que serviam a outros deuses. Ali a arca trouxe tumores e pragas sobre seus habitantes. Eles também não valorizavam Deus pelo que Ele é. 
A arca voltou e o povo se alegrou. Samuel exortou ao arrependimento. Exortou o povo a abandonarem os outros deuses. Aí, então, os filisteus foram vencidos. 

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